Introdução
Você sente que está sempre em dívida consigo mesma? Que nunca é suficiente, mesmo dando o seu melhor? A sensação de insuficiência crônica afeta muitas pessoas, especialmente aquelas que cresceram ouvindo críticas constantes ou receberam amor condicionado ao desempenho.
A origem da autocrítica
Na infância, buscamos aprovação para nos sentirmos seguros. Quando essa aprovação depende de desempenho, boas notas, comportamento exemplar, agradar os outros, começamos a construir um “eu idealizado”, desconectado da espontaneidade. Esse padrão se repete na vida adulta como autoexigência, culpa e comparação constante.
“A maior parte das neuroses se origina na tentativa de manter uma imagem ideal de si.”
— C.G. Jung, O Eu e o Inconsciente
A relação com o ego e a sombra
Na psicologia junguiana, essa tensão surge quando o ego rejeita a sombra, as partes de nós que não se encaixam no ideal que criamos. Isso alimenta o sentimento de inadequação e nos impede de ver quem realmente somos, com luzes e falhas humanas.
Como romper esse ciclo
Reconhecer a criança interior ferida, que busca amor através da perfeição.
Trabalhar a autocompaixão como forma de reequilibrar o olhar interno.
Recolher os aspectos rejeitados da sombra e integrá-los de forma consciente.
“Ser íntegro é muito mais valioso do que ser perfeito.”
— C.G. Jung
Conclusão
A sensação de nunca ser boa o bastante não nasce de uma falha real, mas de um ideal construído para sobreviver. Ao desconstruir esse ideal com apoio terapêutico, abrimos espaço para sermos o que somos, inteiras, imperfeitas e humanas.
Referências (para ambos os textos)
Jung, C.G. (1954). O Eu e o Inconsciente. Vozes.
Neumann, E. (1995). História da Origem da Consciência. Cultrix.
Stein, M. (2006). Jung e o Mapa da Alma. Cultrix.
Young-Eisendrath, P. (2003). O Complexo de Cinderela. Cultrix.